Manual de Instruções.


Jamais fica tentando imaginar o motivo o qual eu estou escrevendo isso. É perda de tempo. Eu sei que muitas coisas que falo ou escrevo saem de pensamentos meus, ou pode ser fruto de um simples dialogismo. Sei também que há situações concretas o qual me fez rabiscar um pequeno texto qualquer (Como há alguns por aqui). Há a possibilidade de realmente ter chorado ao escrever palavras de grande mágoa, como ao mesmo tempo eu posso ter escrito as mais belas frases de amor por está perdidamente apaixonada por alguém. Como também pode haver grande possibilidade de ser o contrário, ou então, de eu não está sentindo nada do que eu estou escrevendo neste texto.

Quando for ler (principalmente aqueles que me conhecem pessoalmente) jamais tente imaginar o que tenha acontecido. O meu ideal não é esse. Aquele que tem a simples paixão de está rabiscando algo que pensa, pode tirar suas idéias em qualquer situação ou em qualquer momento o qual ele já passou e justamente agora está tendo coragem de colocar para fora.

Quando Fernando Pessoa diz que o poeta é um fingidor, isto é, qualquer rabiscador também é um fingidor (podemos nos encaixar nessa categoria), não necessariamente estaremos fingindo o tempo todo quando escrevemos algo. Nosso ideal maior é a reflexão que podemos tirar daqueles que estão lendo aquilo que escrevemos. Aí vem a questão da frase “chega fingir o que é dor/ a dor que deveras sente”, pois nós podemos ter sentido aquela dor, ou então, um dia iremos sentir, pois a dores (como qualquer outro sentimento humano) pode chegar a qualquer ser humano vivo. A conclusão de tudo isso: Se você realmente concorda/discorda/acrescenta com alguém fala ou escreve algo, significa que dentro de você mesmo, você já passou/refletiu por/sobre isso. E que cada situação que podemos escrever aqui, nós, assim como você, podem ter passado por isso.

Então, não tente desvendar o motivo o qual eu rabisco por aqui. Apenas concentre-se no poder de cada palavra que escrevo por aqui e reflita sobre o que eu disse. Esta é a minha missão em cada rabisco que faço.

2 comentários:

Rafael Santos disse...

A reflexão acerca do que foi dito pode ficar como coadjuvante no meio de um belo rabisco poético.
Estamos num meio onde vamos passar pelas mais diferentes situações e, como vc mesma disse, iremos ouvir, ler, ver determinadas coisas que iremos refletir sobre e termos nossa própria opinião baseado no que outrora foi dito. É só me pegar como exemplo, Heráclito e Nietzsche são filósofos que quase sempre me baseio (pessoas que pensaram em algo antes de mim e acabaram por me influenciar).
Como estou sendo bastante redundante, vou finalizar com um trecho de uma música da Pitty:
"É claro que somos as mesmas pessoas
Mas pare e perceba como o seu dia-a-dia mudou
Mudaram os horários, hábitos, lugares
Inclusive as pessoas ao redor
São outros rostos, outras vozes
Interagindo e modificando você
E aí surgem novos valores,
Vindos de outras vontades [...]"

jambelfort disse...

Às vezes a palavra é teimosa e se recusa a fazer o sentido daquilo que se escreve, deixando a frase com a respiração ofegante, manca e atolada. Então a história tropeça, cambaleia e escurece em frente ao leitor.
Quem já tentou escrever sabe que este ofício não é isento de armadilhas.
Mas a primeira tentativa não pode virar a última, pois nada se compara à alegria de encontrar as palavras que acendem um texto.
O verbo, um soldado de inteligência humilde, pensa apenas nas imagens que despertam no fundo de si mesmas.
Na verdade, a palavra esconde uma esperança secreta, firmemente atrelada à letra: compartilhar os contornos de uma história que mereceram a atenção de alguém, mesmo que apenas a do escritor.
Além do gliter e paetês que atacam a nossa lucidez, a palavra, penso eu, nada mais quer além de gritar o silêncio daquilo que é escrito.
Ainda que incompleto e falho, é parte da gente. Uma parte que não sabe se explicar por ser inexplicavelmente incapaz.
Palavras viram janelas cujas paisagens mudam com a interpretação de cada leitor. E, mesmo de sentido inexato, brotam nossa inexatidão.
Atrelada à palavra necessita-se de algo que a suplante. Precisa-se de que a alma do leitor caminhe com a nossa. Alma... mas o que há de exatidão numa alma? Voltamos ao princípio dos erros.
Apenas escrevemos. Meio sem saber aonde ir. Algo nos compele a prosseguir.
Talvez cheguemos a lugares onde meras palavras não conseguem nos levar.

 

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