Pegue minha mão.

Ele não sabia o que fazer. Ele tinha que dizer isso a ela. O namoro não estava dando mais certo. Ele já traira muitas vezes, e não sabia mais seguir esse romance adiante. Ele tinha que terminar. Não tinha outra solução. Quando ele pega o celular para poder falar com ela, coincidentemente, ela liga para ele dizendo: "Vamos para praia hoje? Preciso falar contigo".
Ele ficou confuso. Jamais a namorada dele teria falado desse jeito de uma maneira tão séria. Será que ela descobriu algo? Será que ela irá terminar com ele? Ele começou a ficar nervoso demais. Não queria terminar dessa forma, mesmo sabendo que estava errado na história. Mesmo da maneira mais dolorosa, ele estará mais aliviado por não está mais enganando-a.
Quando chegaram na praia, ela pediu que ele pegasse não mão dela. Como isso foi doloroso para ele. O jeito que ela olhava transbordava confiança o que o deixava mais frustado e culpado. Até que ele começa a falar:
- Eu quero te dizer uma coisa...
-Eu também quero - ela interrompeu - mas eu preciso falar primeiro.
- Tudo bem... Pois fale, então...
-Eu sei que você não me ama mais.
Aquilo doeu no coração dele. Com certeza, ela descobriu as traições. Alguma amiga dela deve ter contado, só pode ter sido isso, ele pensou. Pelo rosto dele, deu para perceber que ela estava certa sobre afirmação anterior. E continou falando:
- Não preciso saber de nada. Não sei o que você fez durante esse tempo para tentar consertar esse romance, e também não me importa saber se você gosta ou se você me traiu. O verdadeiro culpado de tudo isso é a rotina. Maldita seja a rotina. Tudo começa na alegria, na empolgação, depois tudo isso acaba virado algo repetitivo e cansativo. E nós ser humanos somos tão fracos e preguiçosos que não sabemos como acabar com essa monotonia cotidiana. E o resultado de tudo isso: Não damos valor a quem devemos dá, vimos tudo que fazemos como algo obrigatório e chato.
Se você não me ama mais, a culpa não é somente sua. Nós dois somos culpados por isso. Não soubemos nos relacionar sem deixar que o descaso e a motononia tomasse conta do nosso namoro.
Após a confissão ela o dá um selinho de leve. Uma lágrima cai do rosto dele. Sem palavras, estava ele na frente dela. Após o beijo ela diz: Eu também não amo mais você. Desculpe-me. E ela se foi sem saber de nada. E ele, covarde, ficou chorando sentado na areia.


Pela primeira vez, ele queria que levasse um tapa na cara em vez disso. Pois isto foi muito mais doloroso e, com toda certeza, será mais difícil de esquecer.

8 comentários:

Thybério Bastos disse...

Gente, beeem estilo Thybério Bastos, com um final bem 'unhappy'.
Maldito seja a rotina, faz a gente perder coisas que tentamos tanto conquistar... "/

Kika (A.K.A Érika Oliveira) disse...

Tinha que me inspirar. Gosto dos seus textos. =)

Hannah (@tortadecereja) disse...

É que temos que arrumar a mala. ^-^

Thiago disse...

"É fim de tarde e você sabe, eu te amava."

Thiago disse...

"É fim de tarde e você sabe, eu te amava."

Unknown disse...

Somos tão idiotas que por meras ações acabamos perdendo pessoas importantes. =/

Thayse disse...

Me senti nessa cena agora! Engraçado como a gente sempre 'se enquadra nas ficções. Isso sempre acontece comigo. Deve ser porque a vida É UMA FICÇÃO às vezes. hehe

Unknown disse...

Rotina:
1- Repetição dos mesmos atos ou hábitos.



“A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O início é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho é o oposto

A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta é rock

O coração é rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele é o arrepio

A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca é o desejo

A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza
Toda rotina tem sua beleza”

 

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