Tijolo.


De pura, Angélica tinha apenas o seu nome. Nascida de uma família rica, ela sempre odiou a monotomia e os pudores da sua família. Desde criança, quando infernizava as suas babás trancando no quarto, cortando os cabelos com a tesoura, ela sempre ouvia das bocas delas: Você é uma menina má! Muito má!
Só precisou apenas usar o primeiro absorvente para entrar de vez na vida sexual. E ela gostava. E muito. E sem o menor pudor. Pois sexo sem pudor a livrava de toda a submsissão. E submissão, para ela, era falta de poder. Os pais não sabiam mais o que fazer com ela: A mãe não tinha mais aquela moral e o pai, sem o que dizer, sempre mimava a garota com os luxos que a vida poderia proporcionar. E esse fato, a deixava mais poderosa do que eles.
Mas Angélica gostava de ambientes sujos. Sujos e nojentos. Ela era nojenta e se orgulhava disso. Decidiu se prostituir. Não porque precisava de dinheiro: É porque ela gostava disso. Pois pegar o dinheiro das necessitadas lhe dava mais poder.
Porém o que a deixava ainda mais com raiva era o moralismo dos pais. Planejou e arquitetou morte deles com maestria. Tanto que, até hoje, ninguém descobriu que a morte deles foram causados pela maldade dela. E isso matou a sua sede de poder total.
Ela tinha agora tudo que ela queria. A fortuna do pai e deixava estável para poder entrar e explorar ambientes de pura maldade. Sempre andava armada, pois sabia que havia pessoas vingativas. De todas que já tentaram matá-la, tiveram uma morte mais dolorida possível. Sangue, corpos carbonizados, estraçalhados estava no seu curriculum vitae. E se orgulhava disso, pois o respeito dos outros alimentava o seu ego e o seu poder.
Até que um dia, por um exame de rotina, Angélica descobria que estava com Aids. Aquela doença maldita. O que a mais deixava com raiva é que a doença podia ser mais malvada e mais poderosa do que ela, e ela não gostava disso nem um pouco. A partir do resultado, Angélica começou a planejar a sua morte. E ela decidiu que a morte não ia planejar a morte dela: Que a morte não ia ser mais poderosa do que ela.
Angélica descartou a possibilidade de pular de um prédio ou de jogar na frente de um carro. Isso, na opinião dela, são para os fracos que estavam desesperados de não aceitar os fatos da vida. No caso dela, ela não aceitava aquele fato de morte. Ela não queria morrer daquela forma e não ia mesmo. A morte não poderia ser mais poderosa que ela. Começou a tomar mil remédios fortes e misturar com cerveja. Começou a ficar tonta e a passar mal. Isso mesmo: ela estava morrendo da maneira como ela quis. Começou a rir freneticamente e gritava entre paredes dizendo que a morte não era páreo para ela e que ela tinha mais poder. Começou a vomitar e a delirar. Ela não estava mais consciente. E,no apíce da overdose, Angélica esbarra com uma estante e, de cima veio um tijolo a qual atinge sua cabeça letalmente.









Naquela noite, Angélica descobriu que a morte é mais malvada e poderosa do que ela. E isso, para ela, foi a mesma coisa que morrer na miséria.

8 comentários:

Hannah (@tortadecereja) disse...

Pior que existem um monte de Angélicas por aí.

Thiago Souza disse...

Gente, Angélica é uma perdida. Isso sim.

Low Pearce disse...

Zeeeencthy, mas que puta louca! Louca e suicida o_O

Rafael cristopher drumond disse...

Nossa! Nãoé a toa que bambuluá acabou! ei olha meu blog! twm post novo!

Thybério Bastos disse...

Angélica, vc tava sendo uma garota muito, muito mal, mal, mal, Angélica... ahseuhaeuhauehauehaueh

Kika (A.K.A Érika Oliveira) disse...

Do nada, Telephone hahahahaha.

Unknown disse...

Angélica ousou. Ousou não por desafiar a morte e os valores antropológicos ocidentais. Angélica ousou por ser humana, superando qualquer crença e vangloriando seu ego.

Ousou em querer o demais. Não fez mais que a maioria das pessoas, só que com outros valores, outras éticas, outra moral. Angélica simplesmente ousou por superar o insuperável. E, independente da forma que fez, isso não é pecado aos olhos de um artista.

Kika (A.K.A Érika Oliveira) disse...

Agradeço a Rafael por mostrar publicamente o que eu quis dizer nessa crônica. :) E a todos que comentaram.

 

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